O Brasil possui uma das mais restritivas legislações ambientais em âmbito global e que obriga a preservação das florestas em nível de propriedade rural em diferentes percentuais, tudo de acordo com o bioma onde estiver inserido.
Apesar de restritivas, as boas práticas de produção e o atendimento de requisitos legais relacionados aos aspectos ambientais também trazem diversas oportunidades de diferenciação dos produtores nacionais. Por meio destas ações eles promovem a valorização do capital natural. Sob a ótica dos custos de produção, trata-se de um conceito que enxerga o valor dos recursos naturais em relação a um produto ou serviço.
O conceito do capital natural vem ganhando peso nos últimos anos e pode contribuir na integração dos recursos naturais no processo de avaliação de investimentos e operações das empresas, ajudando a envolver setores que tradicionalmente não possuíam essa preocupação, como departamentos financeiros e a alta diretoria de empresas.
Especificamente dentro do agronegócio, o produtor brasileiro entrega uma série de serviços ambientais, tais como água, carbono, biodiversidade e polinização, que possuem sua origem na natureza e são vitais para a produção no campo. Combinados entre si, esses bens naturais prestam serviços que são chamados de ecossistêmicos. Por exemplo, o equilíbrio no regime de chuvas, a vegetação natural que oferta água limpa, a polinização feita pelos animais, a captura de CO2 que ajuda na regulação do clima e as florestas que protegem os solos e encostas contra a erosão.
Atualmente estes serviços ambientais não têm um valor real, não sendo o produtor beneficiado pela conservação e manutenção destes serviços. Acredita-se, porém, especialmente considerando o processo de digitalização dos negócios, que cada vez mais teremos oportunidades de gerar benefícios aos prestadores de serviços ambientais, tais como créditos de carbono, pagamento por serviços ambientais como água e biodiversidade, e até mesmo pagamento por questões culturais como tradição e conhecimentos milenares.
Com isso, a agenda do capital natural ganha relevância no setor produtivo nacional, buscando agregar valor à produção, ao mesmo tempo em que promovem a perenidade da atividade agrícola que produz alimentos e gera empregos. Consumidores engajados deverão fazer parte deste processo de valorização do capital natural, sendo conectados ao campo através de diferentes tecnologias, o que causa impacto positivo no longo prazo, garantindo a produção sustentável ao mesmo tempo em que valoriza a natureza.
O Instituto AgroGalaxy atua para aconselhar, acelerar e investir em soluções e Startups que façam a diferença na vida do produtor rural, contribuindo com a redução dos impactos socioambientais dos negócios, mas também facilitando a geração e monetização dos serviços ambientais.
